A diversidade dos latinos

César Charlone, co-diretor de O Banheiro do Papa, filme que estréia na próxima sexta (14/03), concedeu uma entrevista exclusiva para a Revista de Cinema ON-LINE.

Com muito bom humor, recebeu a reportagem do site em sua casa no Butantã. Charlone, uruguaio radicado no Brasil há mais de 30 anos, deu vários pitacos sobre diferenças e semelhanças entre nós e eles.

Semelhança: na música, citou o cantor Ruben Rada, que faz um ritmo chamado candombe (uma espécie de batucada com uma levada à moda cubana). “O nome indica que deve ser, no mínimo, primo do candomblé”, disse Charlone. “Também tivemos muita influência africana”. Enrique Fernandez, também uruguaio e co-diretor do filme, é afro-descendente.

Diferença: produção cinematográfica. Somente agora, o Uruguai começa a desabrochar para o mundo. Segundo Charlone, “a média anual é de quatro, cinco filmes”. Comparando: em 2007, o Brasil levou às telas 84 filmes nacionais. Em 1992, pior ano da fase pré-Retomada, foram produzidos três longas brasileiros: Oswaldianas, de Lucia Murat; Perfume de Gardênia, de Guilherme de Almeida Prado; e O Vigilante, de Ozualdo Candeias.

Direção de Fotografia

César Charlone é mais conhecido pelos trabalhos como diretor de fotografia. Pelo trabalho em “Cidade de Deus”, foi indicado ao Oscar em 2004. Continua a trabalhar com Fernando Meirelles, agora em Blindness, novo filme do diretor baseado no livro Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago.

Às voltas com a ficção, Charlone confessa que sua paixão é o documentário. “Se eu pudesse, faria documentário para o resto da vida”. Quem quiser conhecer a veia documental do diretor, vá à abertura do É Tudo Verdade, dia 26 de março. Stranded vai abrir a mostra – Gonçalo Arijón assina a direção e César Charlone é responsável pela direção de fotografia, além de ter filmado a parte ficcional.

A entrevista completa com Charlone, que disseca a nova cinematografia latino-americana, está no site da Revista de CINEMA (clique aqui).

Em tempo: Charlone afirma: “As funções não precisam ser determinadas. Sendo diretor de fotografia ou diretor, eu gosto de pegar minha câmera e sair filmando. Prefiro continuar fazendo trabalho colaborativo, onde fazemos várias coisas”. Como Godard, defensor do filme feito (pensado e assinado) pelo diretor, reagiria à opinião de Charlone?

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