Helena, a diva, no CineSesc

Helena Ignez, ao lado de Leila Diniz, pode ser considerada uma das grandes, e mais belas, mulheres brasileiras da década de 60 e 70. Ao contrário de Leila, que morreu em um acidente de avião em 1972, Helena está viva, firme, forte, linda. E atuando com a mesma energia.

Ontem, na abertura da mostra “A Mulher do Bandido”, Helena estava lá. Com seus cerca de 1,55 m, simpatia transbordante, deu um alô a lotada platéia do CineSesc que assistiu “A Mulher de Todos”, de Rogério Sganzerla. Lançado em 1969, traz uma atriz repleta de vida, sensualidade e interpretação que dialoga diretamente com a câmera e transformou-se em um dos símbolos do cinema marginal, ao lado de Sganzerla (com quem foi casada e teve duas filhas) e Bressane.

Helena tem no currículo de atriz 38 filmes brasileiros – na década de 70, passou um período na Europa. 25 deles compõem a mostra do CineSesc. O perfil é diverso: “A Grande Feira”, de Roberto Pires, é o primeiro longa da atriz. Em “Brasil, Tempo de Cinema”, o crítico Jean-Claude Bernadet gasta algumas páginas com o filme ao analisa-lo sob o prisma da radicalidade da classe média – aos moldes do conceito de Antônio Candido.

Possivelmente, o mais famoso deles é “O Assalto ao Trem Pagador”, no qual Helena interpreta a mulher de Reginaldo Farias, o representante do asfalto. A atriz também está no clássico “O Padre e a Moça”, de Joaquim Pedro de Andrade, que conta com a fotografia de Mário Carneiro, um dos mais tradicionais profissionais do ramo. A sinceridade performática de Helena se destaca também em “O Bandido da Luz Vermelha”, definido por Sganzerla como “um farwest do 3º Mundo”.

Entre os filmes mais recentes, “O Signo do Caos”, último trabalho de Sganzerla (2003). Helena ataca também de diretora, em 2005, com “A Miss e o Dinossauro 2005 – Bastidores da Belair”, que registra em Super-8 o making of de filmes da Belair, produtora experimental que fundou ao lado de Sganzerla e Bressane.

Programação: HELENA IGNEZ – A MULHER DO BANDIDO

Cinema – PROJEÇÕES em 35 mm

DIA 14/07 – ABERTURA
20h30 – A Mulher de Todos – Direção: Rogério Sganzerla – 35mm COR/PB 87 min. 1969

Dia 15/07 – Terça
15h – A Grande Feira – Direção: Roberto Pires – 35mm PB 94 min. 1961
17h – O Padre e a Moça – Direção: Joaquim P. de Andrade – 35mm PB 94 min. 1966
19h – Cara a Cara – Direção: Julio Bressane – 35mm PB 80 min. 1967
21h -O Bandido da Luz Vermelha – Direção: Rogério Sganzerla – 35mm PB 92 min. 1968.

Dia 16/07 – Quarta
15h – Perigo Negro – Direção: Rogério Sganzerla – 35mm COR 27 min. 1992 /
-Barão Olavo, o horrível – Direção: Julio Bressane – 35mm COR 70 min. 1970
17h – Nem Tudo é Verdade – Direção: Rogério Sganzerla – 35mm COR/PB 95 min.1985
19h – São Jerônimo – Direção: Julio Bressane – 35mm COR 79 min. 1998
21 – Os Monstros de Babaloo – Direção: Elyseu Visconti – 35mm PB 120 min. 1970

Dia 17/07 – Quinta
15h – O Assalto ao Trem Pagador – Dir: Roberto Farias – 35mm PB 103 min. 1962 – DVD
17h – O Signo do Caos – Direção: Rogério Sganzerla – 35mm COR/PB 80 min. 2003
19h – Copacabana Mon Amour – Direção: Rogério Sganzerla – 35mm COR 96 min. 1970
21h Almas Passantes – Direção: Ilana Feldman e Cléber Eduardo – 35 mm cor 15 min 2008
/ A Mulher de Todos – Direção: Rogério Sganzerla – 35mm COR/PB 87 min. 1969

Auditório – PROJEÇÕES em DVD

15/07 – Terça
16h- O Pátio – Direção: Glauber Rocha 16 mm PB 11 min. 1959
Perdi a Cabeça na Linha do Trem – Dir: Estevão C. Pantoja -16mm COR 14 min. 1992
Helena Zero- Direção e roteiro: Joel Pizzini Video COR/PB 34 min. 2006
18h Cuidado, Madame – Direção: Julio Bressane – 16mm COR 70 min. 1970 /
Elogio da Luz – Direção: Joel Pizzini e Paloma Rocha – Video COR/PB 54 min. 2004

17/07 – Quinta
16h – B2 – Direção: Rogério Sganzerla e Sylvio Renoldi – 35mm PB 11 min. 2001
A Miss e o Dinossauro 2005 Direção: Helena Ignez – Super-8 COR 18 min. 2005
Reinvenção da Rua – Direção: Helena Ignez- Vídeo COR 27 min. 2003 –
Ondas – Direção: Ninho Moraes – 35mm COR 12 min. 1986
18h – Sem Essa, Aranha – Direção: Rogério Sganzerla – 16mm COR 96 min. 1970
20h – O Grito da Terra – Direção: Olney São Paulo – 35 mm PB 83 min. 1964

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