Francofonia – Ecos no Cinema de Língua Francesa

Prezados leitores do Urso de Lata, peço licença para fazer propaganda em causa própria. Entre os dias 25 e 27 de março darei o curso Francofonia – Ecos no Cinema de Língua Francesa no CineSesc, que acontece paralelamente à Festa da Francofonia.

Informações adicionais seguem abaixo. Estão todos convidados.

Um Homem que Grita, de Mahamat-Saleh Haroun, um dos destaques do curso
FRANCOFONIA: ECOS NO CINEMA DE LÍNGUA FRANCESA
A Festa da Francofonia, importante janela para a circulação no Brasil de filmes falados em língua francesa ou coproduzido pela França, traz em 2013 ao CineSesc os novos longas de realizadores de destaque como Jean Marc-Valée (C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor), Bernard Émond (A Doação), Lucas Belvaux (O Sequestro de um Herói), Amos Gitai (Aproximação), entre outros.
O curso Francofonia: Ecos no Cinema de Língua Francesa, ministrado pelo crítico de cinema Heitor Augusto entre 25 e 27 e março, vai traçar um panorama da produção francófona recente. Filmes do Canadá e Quebec, Argélia, Suíça, Chade, Senegal e Bélgica estarão no centro das aulas, que vai traçar relações estéticas entre os filmes, observar as proximidades com investigações contemporâneas de narrativa e analisar como eles se relacionam com a História e com o presente.
Na primeira aula estará em destaque a produção contemporânea da Argélia e de outros países da África Francófona. Os lastros do impacto da colonização francesa na África no Século XIX vistos pelo cinema de Rachid Bouchareb (Dias de Glória eForas da Lei), a divisão entre modernidade e tradição em Nadir Moknèche (Viva a Argélia), a religião na obra de Merzak Allouache (O Arrependido), a imigração no retrato do senegalês Moussa Toure (O Barco da Esperança), além da poesia nos longas de Mahamat-Saleh Haroun (Um Homem que Grita, Nosso Pai), realizador do Chade..
Na segunda aula o foco é a prolífica produção do Canadá, em especial a província de Quebec, marcada pela diversidade de propostas: a identificação local de Sébastien Pilote (O Vendedor), a família como epicentro em Jean-Marc Valée (Café de Flore), o pós-modernismo de Xavier Dolan (Laurence Anyways), a religiosidade na produção do veterano Bernard Émond (Tudo o que Você Tem), a identidade do imigrante em Philipe Falardeau (Monsieur Lazhar).
Na terceira aula os holofotes vão para as principais produções contemporâneas da Bélgica e da Suíça. A referência de veteranos como os irmãos Dardenne (O Garoto de Bicicleta), o suspense em Lucas Belvaux (38 Testemunhas), a claustrofobia tanto do imigrante (Nicolas Provost, O Invasor) quanto da família (Joachim Lafosse, Perder a Razão), as inspiraçõres do teatro em David Lambert (Além dos Muros).
Cronograma
AULA 1: ARGÉLIA E ÁFRICA FRANCÓFONA, TRAÇOS DA HISTÓRIA
Partilha da África: o mundo pós-1880
Relações dúbias entre metrópole e colônia: descontinuidade de políticas públicas
Os laços históricos nos filmes de Rachid Bouchareb
Modernidade e tradicionalismo: a religião em Merzak Allouache e Nadir Moknèche
Chade: o cinema poético de Mahamat-Saleh Haroun
AULA 2: CANADÁ E QUEBEC: PRODUÇÃO PROLÍFICA
Colonizações francesa (Nova França) e britânica: identidade quebequense
Negação da História: os filmes de Xavier Dolan (Laurence Anyways, Amores Imaginários)
Bernard Émond: religiosidade e a Trilogia das Virtudes Teologais
Jean-Marc Valée: família e liberdade (C.R.A.Z.Y., A Jovem Rainha Victoria, Café de Flore)
AULA 3: BÉLGICA E SUÍÇA
Irmãos Dardenne: referência de realização
Nicolas Provost: a claustrofobia do imigrante em O Invasor.
Joachim Lafosse: a prisão da família em Perder a Razão
Lucas Belvaux: suspense político (Sequestro de um Herói, 38 Testemunhas)
Biografia do professor
Heitor Augusto é crítico de cinema e jornalista com colaborações para as revistas Interlúdio, Preview, Monet, de CINEMA, Caros Amigos, além do jornal Valor Econômico e do site Cineclick. Ministrou o curso Cinema Americano – Anos 70 no CineSesc. Integra o grupo de entrevistadores do projeto Memória do Cinema (Heco Produções/MIS). Participou de júris oficiais e da crítica em festivais de cinema no Brasil. Mantém o blog Urso de Lata. É sócio-fundador da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
Serviço
Curso Francofonia – Ecos no Cinema de Língua Francesa
25, 26 e 27 de março – das 19h30 às 21h30
CineSesc – Rua Augusta, 2075 – Cerqueira Cesar
Valores: R$ 30 [inteira]; R$ 15 [usuário matriculado no Sesc e dependentes, aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante]; R$ 7,50 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes]
Inscrições e informações: 3087-0500

2 comentários

  1. Olá, sou Lincoln, de Itabuna-BA e estou buscando uma bibliografia acerca do cinema africano, principalmente sobre os países colonizados pela França. O sr. poderia fazer algumas indicações nessa área? E mais, há produção(ões) que tratem, ainda que indiretamente, ou que apenas cite a questão da homossexualidade nesses territórios (também colonizados pela França)?
    Desde já, agradeço pela atenção.

    Responder
    1. Olá Lincoln. Te mando abaixo algumas sugestões de leitura. Quanto a filmes que abordem a homossexualidade, cito dois: Viva a Argélia, de Nadir Moknèche, e Touki Bouki, do Djibril Dióp Mambéty (este numa chave um tanto que clichê, apesar de ser uma obra-prima). Aos livros:

      – Filmes da África e da Diáspora; Mahomed Bamba, Alessandra Meleiro (organizadores); Editora EDUFBA (http://www.edufba.ufba.br/2012/10/filmes-da-africa-e-da-diaspora-objetos-de-discursos/)

      – Cinema no Mundo – Indústria, política e mercado – África: volume I; Alessandra Meleiro (organizadora); Escrituras/Iniciativa Cultural (http://www.escrituras.com.br/?livros=cinema-no-mundo-africa-industria-politica-e-mercado)

      – Les cinémas d’Afrique Noire – Le regard en question (http://www.africultures.com/php/?nav=livre&no=738) – dá para comprar pela Amazon francesa, tem um link à direita da página

      Espero que tenha te ajudado. Um abraço, Heitor

      Responder

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