Múltiplas vozes da experiência negra no cinema

Programado pelo crítico, curador e professor Heitor Augusto, o ciclo Múltiplas vozes da experiência negra no cinema exibe curtas e longas-metragens contemporâneos que colocam em diálogo as vivências negras brasileiras com outras diásporas negras e também com o continente africano. Ao longo de quatro sessões, o ciclo apresenta filmes que desafiam classificações delimitadoras, explorando as nuances criativas de realizadores negros.

Da infância lúdica de uma menina queniana em Supa Modo à construção de uma outra relação com a cidade em Baixo Centro; do encontro afetivo em Kandandu e Ilha ao comentário sarcástico de Kaniama Show; das raízes quilombolas das personagens de Casca de Baobá às tensões e potências de uma França negra em Ouvrir la voix.

No Sesc Campinas, às terças-feiras (20 e 27/8, 03 e 10/9), às 19h. Gratuito. Retirada de ingressos na Ilha de Atendimento no dia da atividade.

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Programa 1 (20/8)

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Kandandu, de Luís Franco (15’, Brasil)

Pedro não enxerga seu verdadeiro filho, que se entrega aos seus desejos sozinho em seu quarto e com a proteção das máscaras do teatro. Em um momento, todas as máscaras caem.

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Supa Modo, de Likarion Wainaina (’74, Quênia/Alemanha)

Uma menina que sofre de uma doença terminal sonha em ser uma super-heroína. Cientes do pouco de vida que resta, seus pais mobilizam a comunidade para realizar o seu desejo através de uma produção cinematográfica amadora na qual ela será a protagonista.

Programa 2 (27/8)

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Casca de Baobá, de Mariana Luiza (‘11, Brasil)

Maria, uma jovem negra nascida em um quilombo no interior do Estado, é cotista na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua mãe, Francisca, leva a vida cortando cana nas proximidades do quilombo. As duas trocam mensagens para matar a saudade e refletir sobre o fim de uma era social e econômica.

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Ilha, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (‘102, Brasil)

Emerson é um jovem da periferia que quer fazer um filme sobre sua história na Ilha, um lugar onde quem nasce não consegue sair. Para realizar seu plano, ele sequestra o cineasta Henrique e juntos os dois reencenam sua vida, com algumas licenças poéticas. Porém, no jogo de fazer cinema não há limites.

Programa 3 (03/9)

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Kaniama Show, de Baloji (’22, Congo/Bélgica)

Com uma estética que faz referência aos anos 70 e emulando o formato de um programa de variedades televisivo típico das tardes de domingo, o curta se passa em um país africano não identificado e é uma sátira ácida sobre o choque entre o Estado a mídia que joga ênfase na ausência de vontade de mudança.

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Baixo centro, de Ewerton Belico e Samuel Marotta (‘80, Brasil)

Nos fragmentos de uma noite sem fim, Robert e Teresa se encontram, se conhecem e se separam pela força da opressão e pela ameaça da morte e da desaparição que se insinua continuamente. Circundados por Djamba, Gu e Luísa, a noite sugere encontros, êxtase, memórias da catástrofe e promessa irrealizada de felicidade. As sombras do amor em uma cidade que desmorona.

Programa 4 (10/9)

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Fala, preta! (Ouvrir La Voix), de Amandine Gay (‘122)

Mulheres negras “soltam a voz” para falar sobre suas experiências de pertencimento, de diferença e de racismo dentro da França, passando por temas como identidade racial e nacional, amor e relacionamento, exotização e fantasias coloniais. No caminho, refletem sobre dois signos indissociáveis: “mulher” e “negra”.

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