Não faltaram filmes que, entre a acomodação e a busca, preferiram a segunda. O que, se olharmos sem romantismos, implica maiores dificuldades, caminhos mais esburacados. Por isso, saímos do Festival de Brasília sem um grande filme. Mas, por favor, não confundam essa afirmação com o que chegou a ser equivocadamente escrito, de que a “45ª edição do evento chega ao fim sem nenhum destaque com força para roubar os holofotes”. Desde quando cinema é ladrão de luz? Não sejamos levianos – ou cegos.
Grosso modo, os que mais instigam, os que ficam na memória, são as produções de realizadores que estrearam no longa de ficção aqui em Brasília. Tal recorte – metade das produções da mostra competitiva era de diretores estreantes – gerou o irônico comentário de que o festival candango havia abocanhado um grupo de filmes que facilmente poderiam estar competindo na Aurora da Mostra de Tiradentes, seleção dedicada a jovens realizadores.
Mas é justamente por conta desse recorte priorizado que o Festival de Brasília retoma seu posto de protagonista no extenso e abarrotado calendário de festivais no Brasil.
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