André Setaro postou em seu blog um texto que coloca em questão o significado de se montar um cineclube hoje em dia e em que medida a banalização da imagem contribui para reduzir o alumbramento que temos em relação ao cinema.
Registro sério feito, vamos ao cômico: em uma parte do texto, Setaro lembra, fraternalmente, da importância de Walter da Silveira para a cinefilia dos baianos. Mas, lá pelas tantas, faz um parêntesis que me fez rachar de rir. A ele:
“Walter da Silveira fez ver, aos baianos de província (mas uma província muito agradável bem diferente da cidade engarrafada de hoje), que o cinema, além de um bom divertimento, era, também, a expressão de uma arte. O próprio Glauber Rocha, quando de sua morte, em novembro de 1970, em artigo para o Jornal da Bahia, confessou que o ensaísta fora seu grande mestre, que aprendeu a ver cinema através das palavras de Walter da Silveira. E conta, num artigo, o esporo que este lhe deu, quando, numa exibição de O encouraçado Potemkin, numa sessão matutina no cinema Liceu, conversava, durante a exibição, com um amigo. Walter, percebendo o arruído, deu-lhe tremendo esporo, segundo palavras do próprio Glauber que, conta, nunca mais falou durante a projeção de um filme, tal a indignação do mestre diante do jovem tagarela.”
OK, Walter da Silveira é mais do que uma anedota. Mas este causo…