Criada há uma semana, após um ano e meio de discussões e reuniões com profissionais de todo o Brasil, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) tem como primeiro gesto a divulgação de uma nota de repúdio ao veto à exibição de A Serbian Film – Terror Sem Limites, que tinha uma sessão marcada para o próximo sábado (23/7) no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro.
“A Abraccine defende a liberdade de expressão cinematográfica e o direito de os espectadores interessados assistirem aos filmes que lhes convêm, acreditando não caber a instituições públicas ou privadas a definição sobre o que deve ou não ser visto.
A responsabilidade sobre programação e observação à classificação etária de filmes apresentados num festival de cinema é da organização do evento, devendo a ela serem dirigidas eventuais questões controversas, sem, para isso, ser utilizado o ato de censura prévia (inexistente no país) a um determinado trabalho artístico”, diz um trecho do texto da Abraccine.
A Serbian Film – Terror Sem Limites foi exibido no sábado passado aqui no I Festival Internacional Lume de Cinema, em São Luís do Maranhão. Antes disso, passou também nos Estados Unidos (South by Southwest), Canadá (Fantasia), Espanha (Festival de Sitges) e Portugal (Fantasporto).
Saiba mais sobre o veto ao filme neste link e leia abaixo a íntegra da nota da Abraccine:
A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema repudia o veto à projeção do longa-metragem A Serbian Film – Terror sem Limites, do diretor sérvio Srdjan Spasojevic, presente na programação do RioFan – Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro.
O filme seria exibido pelo RioFan na sala Caixa Cultural. Porém, os organizadores do festival foram obrigados a retirá-lo da programação por decisão da diretoria da Caixa Econômica Federal, conforme nota divulgada pela assessoria de imprensa do banco, sob alegação de que a instituição “entende que a arte deve ter o limite da imaginação do artista, porém nem todo produto criativo cabe de forma irrestrita em qualquer suporte ou lugar”.
Em resposta, a organização do RioFan se disse “contra qualquer forma de censura” e informou que todos os filmes selecionados para o festival foram avaliados por órgãos oficiais competentes e têm classificação etária de 18 anos.
A Abraccine defende a liberdade de expressão cinematográfica e o direito de os espectadores interessados assistirem aos filmes que lhes convêm, acreditando não caber a instituições públicas ou privadas a definição sobre o que deve ou não ser visto.
A responsabilidade sobre programação e observação à classificação etária de filmes apresentados num festival de cinema é da organização do evento, devendo a ela serem dirigidas eventuais questões controversas, sem, para isso, ser utilizado o ato de censura prévia (inexistente no país) a um determinado trabalho artístico.
Registramos ainda que A Serbian Film já teve pelo menos outras duas exibições anteriores ao RioFan: no I Festival Internacional Lume de Cinema (São Luís, no Maranhão) e no VII Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico (Porto Alegre, no Rio Grande do Sul).
Por esta nota, deixamos ainda claro que a Abraccine não está defendendo um trabalho ou um festival em específico, mas um princípio: o de um filme poder ser assistido e avaliado pelo espectador com liberdade.
ABRACCINE
Associação Brasileira de Críticos de Cinema