– É acachapante!
– Claro que é! Afinal, nós somos da elite, meu bem.
O diálogo que Rose, a heroína de Titanic, trava com Cal, seu noivo, algoz e vilão, fala de um certo diamante que ela acaba de ganhar dele. Mas bem que serviria para ilustrar uma conversa a respeito do próprio filme, um diálogo entre James Cameron respondendo ao espectador um tanto que estatelado com a magnitude do filme. Sim, Titanic é acachapante e Cameron faz parte da realeza (cada vez mais exígua) dos diretores de superproduções que têm a sofisticação como uma das ferramentas.
Quinze anos depois, o filme que tornou Celine Dion conhecidíssima (como esquecer os irritantes versos “Yoooooou’re heeeeere, there’s noooooooothing I feeeeear”?) volta aos cinemas e convertido em 3D. Vê-lo em Imax, tal qual foi exibido na sessão para a imprensa, me parece o modo adequado de vivenciá-lo, ainda mais para quem cresceu vendo-o na telinha.
Vamos direto ao que interessa: Titanic é um baita filme! Que Cameron é regente do espetáculo já ficou comprovado pelo o que ele viria a fazer depois. O que a revisão do filme relembra é que, diferentemente de um Michael Bay, ele domina a gramática cinematográfica. Observado com o conforto da distância, é possível dizer com folga que Titanic é um show de trânsito entre gêneros e reflete uma consciência total da tradição do cinema americano.
Continue lendo a crítica de Titanic na Revista Interlúdio.
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