Em breve, Educação Sentimental

Julio Bressane é um dos poucos realizadores brasileiros que, quando tomamos conhecimento de um filme novo seu, desperta a ansiedade por vê-lo, revê-lo. Pois os filmes de Bressane provocam algo raro: a necessidade de deslocamento do espectador em direção ao filme. Mais: a obrigação em reter o filme, continuar elaborando-o muitos dias após a sessão; assistir novamente, descobrir o que esteve oculto na primeira sessão, decodificar racionalmente um encantamento inicial do sensível.

Estreia nesta sexta (6/11) Educação Sentimental [atualização: estreia adiada para 13/12], que recentemente passou na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – para mim, um dos três melhores longas do festival ao lado de Cães Errantes, de Tsai Ming-Liang, e Tatuagem, de Hilton Lacerda. Nele Bressane elabora duas coisas do passado: uma certa maneira de se relacionar com a cultura (especialmente a leitura) e com o amor (prefere-se o mistério e a sugestão à exposição); algo que se perde: a película, essa espécie em extinção.

A matéria do amigo Paulo Camargo [clique aqui e leia], misto de entrevista com o realizador e apanhado de impressões a respeito do filme, capta precisamente o que é Educação Sentimental. Recomendo também aos que já assistiram/assistirão ao filme e buscam uma leitura complementar de forma a dialogar percepções distintas as críticas de Sergio Alpendre na Revista Interlúdio [clique aqui e leia] e de Marcelo Miranda no Filmes Polvo [clique aqui e leia].

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