Uma observação atenciosa dos filmes que compõem a mostra Curtas Premiados nos permite perceber algumas linhas de força que atravessam a criação contemporânea de curtas no Brasil. Apesar do risco de homogeneizar uma produção que anualmente chega à casa do milhar, podemos dizer que as 16 obras em exibição ilustram alguns caminhos gerais.
Um deles é a forte presença da autoria negra ou de assuntos raciais. Ainda que a “questão do negro” não constitua uma novidade no cinema brasileiro, a explosão do debate racial nessa área desde 2015 – em especial nos círculos independentes – mostra a multiplicidade de abordagens e desejos, sejam eles estéticos, políticos ou temáticos. Isso nos permite uma análise interessada tanto pelas aproximações quanto pelos distanciamentos.