Pode parecer loucura, mas há um diálogo entre dois filmes de feitura diferente, ambos exibidos no sábado (21/1) aqui na Mostra de Tiradentes. De um lado Djalioh, inspirado num conto que Flaubert, o autor de Madame Bovary, escreveu em 1837. Do outro está Hoje, longa da premiada Tata Amaral (Antônia, Um Céu de Estrelas) que se aproxima das feridas da ditadura.
O questionamento da representação de uma história é o principal ponto de contato para o diálogo de filmes tão distintos. É esse questionamento que faz com que Djalioh enverede por uma contação de histórias, com narradores que se revezam como personagens, ou que Hoje, grande vencedor do Festival de Brasília, adote métodos menos tradicionais para a encenação do que não há como ser dito.
No filme de Tata temos a história de uma mulher de meia-idade (Denise Fraga) que acaba de se mudar para um outro apartamento. De sopetão, enquanto os móveis são carregados pelos ajudantes, um homem (Cesar Troncoso) aparece e questiona o passado de Vera – que descobriremos ter adotado o nome de Ana Luiza no passado.
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