É praticamente impossível não notar que a mera existência de O Artista é, por si só, um caso a se estudar, o que seria um exercício quiçá até mais interessante do que o próprio filme. Como um longa rodado em preto e branco, mudo, com roteiro embalado apenas por trilha sonora, filmado numa janela em desuso (1.37:1, o formato de tela quadrado) e repleto de citações a outros filmes se infiltra na indústria, e mais, recebe dez indicações ao Oscar?
Em tempos em que pedir para o espectador contemplar uma imagem tornou-se um ato de resistência dos cineastas – e um exercício dolorido para um espectador educado pela televisão –, como um filme mudo vira o hit da temporada de premiações e consegue chegar até a espectadores que não cultivam a cinefilia com ardor, apresentando-se como o-filme-que-você-precisa-ver-porque-todo-mundo-está-comentando?
Continue lendo a crítica na Revista Interlúdio.