“Não podemos nos parecer com um shopping. O Chile é um país com raízes”. A fala de um ex-diplomata do governo chileno entrevistado para o documentário Calafate, Zoológicos Humanos resume com simplicidade a importância da vertente do documentário histórico, que se volta ao passado a fim de buscar reflexões no presente e evitar abusos horrores no futuro.
Um país sem memória não é um país, mas sim um shopping: sem lugar, sem raiz, sem capacidade reflexiva. Sem espelho. A importância da memória, especialmente a de episódios guiados por regimes de exceção ou por um eurocentrismo preconceituoso, vale para qualquer país. A impressão, porém, é que os documentaristas chilenos têm percebido e tomado essa pretensão com mais afinco, vide também o que Patricio Guzmán fez com Nostalgia de la Luz.
Apesar das nobres intenções e da vital importância, Calafate, Zoológicos Humanos não é tão cinematograficamente relevante quanto o documentário de Guzmán, exibido na Mostra de São Paulo em 2010, mas que permanece inédito no circuito comercial.
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