Christian Bale é o Homem-Morcego que sai da reclusão para salvar Gotham City |
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge é uma frustração para quem viu O Cavaleiro das Trevas como uma possibilidade em se fazer cinema no seio de uma indústria medíocre, usando das convenções do gênero de ação para oferecer leituras sobre o herói em conflito, deixando abertas as portas para diálogos entre a natureza de Bruce Wayne, sua máscara de Homem-Morcego e os arquétipos do herói da Tragédia.
O Cavaleiro das Trevas é um filme que dá vontade de falar sobre, de dividir leituras. Para o novo Batman, porém, uma prosa curta basta. Irônico isso porque o filme que chega agora aos cinemas é mais grandiloquente que seu antecessor. Pena que é só mais um filme de ação, não transcende.
A natureza do conflito do Homem-Morcego é uma possível explicação. Em O Cavaleiro das Trevas, o herói nos mostra que não existe o heroísmo puro e íntegro, que a escuridão/maldade faz parte de todos nós. Por trás das explosões e aparatos tecnológicos, estava um filme que flertava a todo momento com a loucura, o desequilíbrio e o caos – cujo motor era o Coringa de Heath Ledger. O filme é um mergulho no que há de pior, no que a máscara esconde.
No novo filme, o que guia a história é o senso de dever de proteger Gotham, mesmo que isso signifique renunciar à própria felicidade. Para compensar, o roteiro dos irmãos Nolan investe num arsenal de subtramas. Pior: filma tudo isso tentando fazer jus ao prometido antes mesmo de filme existir, um “desfecho épico”.
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