Curso – Multiplicidades do Cinema Africano

la noire de black girl ousmane sembene

Prezados (poucos) leitores, peço licença para avisar-lhes do curso que inicio na próxima sexta-feira (14/3) no Sesc Belenzinho. Chama-se Multiplicidade do Cinema Africano. Nele pretendo fazer um panorama da produção cinematográfica da África, dos primeiros filmes aos de hoje. Mais detalhes seguem abaixo. A inscrição pode ser feita neste link [clique aqui].

Paralelo ao processo de luta por independência das nações africanas que desembocou na libertação de 35 países na década de 1960 surgem cineastas comprometidos com um ponto de vista africano do mundo.

Realizadores pioneiros como o senegalês Ousmane Sembène apontaram caminhos para os diretores das jovens nações que lutavam para construir uma cinematografia ainda que com pouquíssimos recursos e em meio a processos políticos instáveis. Surgem nomes como o malinês Souleymane Cissé (Yeelen), o gabonês Pierre-Marie Dong (Identité), o argelino Mohamed Lakhdar-Hamina (Chronique des années de braise, Palma de Ouro em Cannes), o tunisiano Abdelatif Ben Ammar (Une si simple histoire), entre outros.

Por meio de trechos de filmes, leituras e discussão com os alunos, o curso Multiplicidades do Cinema Africano, ministrado pelo critico de cinema e pesquisador Heitor Augusto, fará um panorama histórico das principais cinematografias das nações africanas, buscará os principais temas e abordagens, além de traçar relações com a produção contemporânea e investigar como filmes de outros países enxergam o continente africano e as relações de mútua dependência.

Quando: sextas-feiras (14, 21, 28/3 e 4/4)
Onde: Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000)
Inscreva-se aqui

CRONOGRAMA

AULA 1 – PIONEIROS E QUESTÕES FUNDADORAS

É possível falar de um cinema africano?
Os primeiros filmes
Idioma do filme, uma escolha política e mercadológica
Francofonia: como lidar com a expectativa do olhar europeu?
Ousmane Sembène e o realismo socialista (La Noire de…, Borom Sarret)
A Batalha de Argel: sangue e independência

AULA 2 – CINEASTAS DOS ANOS 70

As cinco tendências do cinema africano segundo Ferid Boughedir
A questão da diáspora: como construir uma identidade?
Crítica à classe média pós-independência (Xala)
Touki Bouki: Djibril Diop Mambéty e o cinema de vanguarda
Chronique des années de braise: é preciso falar da nossa independência

AULA 3 – ANOS 80, 90 e 2000

1987: Yeelen, o primeiro filme da África negra a entrar na competição de Cannes
Um Homem que Grita: sensibilidade e família no cinema de Mahamat Saleh-Haroun
Rachid Bouchareb: dívida histórica, lidar com o outro (Dias de Glória, London River)
Sociedade argelina e condição da mulher (Basta! e Viva a Argélia!)
Nollywood: a explosão da indústria da Nigéria
Festivais europeus: janela de exibição ou espaço para imagens domesticadas e estereotipadas?

AULA 4 – A ÁFRICA DO OUTRO

Tarzan e a felicidade cordial
Uma Aventura na África (1951) e Hatari (1962): as fantasias de aventura em Hollywood
Tabu (2013): saudosismo crítico do colonialismo português
Minha Terra, África (2009) e 35 Doses de Rum (2008): o cinema de Claire Denis cobra a dívida
O Leão de sete Cabeças (1971): Glauber Rocha expande o Terceiro Mundo
Entre os Muros da Escola (2008): por qual seleção francesa devemos torcer?
Em um Mundo Melhor (2010): o bom cidadão

MINIBIOGRAFIA DO PROFESSOR

Heitor Augusto é crítico de cinema, pesquisador e jornalista. Redator da Interlúdio, revista eletrônica de crítica de cinema. Colabora com ensaios, críticas e resenhas para a revista Preview. Tenho textos publicados no jornal Valor Econômico e nas revistas Monet, Revista de CINEMA, Caros Amigos, além dos sites Cineclick e Rolling Stone. Também escreve para catálogos de mostras de cinema. Pesquiso o cinema Blaxploitation.

Ministrou os cursos Panorama do Cinema Brasileiro Contemporâneo, Francofonia – Ecos no Cinema de Língua Francesa e Cinema Americano – Anos 70. Coordena o Crítica Curta, projeto de oficina de crítica de cinema do Festival Internacional de Curtas-metragens de SP. Participou da comissão de seleção do MIMO 2013 – Festival de Cinema e Música.

Compôs também os júris oficiais da 12ª Goiânia Mostra Curtas e 2º Cine Mubi, além de ter participado de diversos júris da crítica. Sócio-fundador da Abraccine (Associação Brasileira de Crítica de Cinema) e coeditor do blog da associação entre 2011 e 2013. Mantém o blog de cinema Urso de Lata desde 2008 (ursodelata.com).

3 comentários

  1. Olá, Heitor! Parabéns pelo projeto do curso. Quero muito participar. Não consegui fazer a inscrição naquele link. Há outra forma? Obrigada, Amanda

    Responder
  2. Pingback: Curso sobre Cinema Africano no Sesc Belenzinho | Revista Vaidapé

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